quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Família agradece empenho e oração de todos.

“Foi um milagre de Deus ”, dizem familiares de Maria Julia


Em apenas três meses de campanha em busca de doador de medula óssea que fosse compatível, a menina Maria Julia Franciosi se prepara agora para o transplante agendado para outubro de 2011, mês em que ele comemora aniversário (06). O momento agora é de agradecimentos e de mais pedido de orações.
“Agradecemos em primeiro lugar a Deus e à solidariedade do guarapuavano. Foi um milagre de fé e de persistência”, diz a mãe Karen Franciosi Gelinski durante entrevista coletiva à imprensa no começo da tarde desta quinta-feira (08), em Guarapuava, no Hotel Atalaia. Karen chegou ao local acompanhada pela filho e pelo diretor do Hemocentro Gidalthi Linhares. Minutos depois, chegou Patrícia, tia de Maria Julia e doadora em potencial, caso a menina não tivesse encontrado um doador com 100% de compatibilidade.
“Tenho muitas informações de mães que passaram e de outras que ainda enfrentam o mesmo problema e que ficaram ou estão há quatro anos aguardando um doador. Em cerca de três meses encontramos um compatível. É uma resposta de Deus”, atribui.
“É como se ela tivesse encontrado um irmão gêmeo gerado em outra barriga”, compara Karen.

A luta de Maria Julia contra um câncer linfático começou há um ano, no dia 4 de agosto de 2010, e em 2 de setembro iniciava o tratamento quimioterápico. De La para cá, a persistência da mãe em encontrar um doador não teve limites e ultrapassar todas as barreiras, principalmente, a do preconceito.
“Eu nunca aceitei quando médicos diziam que o caso da minha filha era gravíssimo, ou quando minha mãe disse que era pra eu desistir ou quando informações diziam que ficaria anos na fila à espera de um doador. Eu respondia: com a minha filha não vai ser assim. Confesso que cheguei a desistir de Deus, mas no momento em que me ajoelhei numa capela de hospital, me entreguei e me propus a ajudar a salvar outras vidas, a resposta veio de forma imediata. É uma resposta divina”, acredita.

O anúncio de que entre as pessoas cadastradas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) e no Registro de Receptadores de Medula Óssea (Rereme) havia um compatível com a menina foi dado à Karen no Hospital das Clínicas em Curitiba há cerca de 15 dias.
“Quando recebi a notícia, por acaso, pois estava em busca de novas informações, não tive reação. A ficha só caiu quando entrei no carro e as frases da funcionária do HC de que haviam encontrado um doador com 100% de compatibilidade ficaram na minha cabeça”, diz Karen.

Hoje, Maria Julia e a família estão conscientes do que os espera pela frente. “Não tenho medo do transplante. Tenho medo de ficar no hospital durante um mês. Quando fazia quimioterapia ficava cinco dias e já era muito ruim”, confessa a menina. Revelando que tão logo seja curada vai investir na carreira de modelo, um sonho acalentado há anos.

Depois do transplante a rotina da família será voltada à recuperação de Maria Julia. “Ela deve ficar um mês no hospital, um ano sem ir à escola e somente depois de cinco anos estará totalmente liberada de qualquer tratamento”, diz a mãe.

AGRADECIMENTOS
Os agradecimentos da família de Maria Julia se destinam a todos os doadores e às empresas que patrocinaram a campanha. De acordo com Patrícia, foram feitos 76 banners espalhados em 76 lojas.
“Agradecemos também a todas as pessoas que fizeram orações para que o doador fosse encontrado. Agora pedimos que as orações continuem pois vamos ter momentos difíceis pela frente até a recuperação total ”, diz Karen.

A família pretende continuar a campanha pela doação de medula óssea visando beneficiar outras pessoas. “Não podemos dar as costas para Deus e para o próximo”, diz Karen. “Onde tiver oportunidade de falar e de conscientizar as pessoas estaremos fazendo”, emenda Patrícia. “Vou continuar esse trabalho em Curitiba”, assegura Karen.

LIÇÃO DE VIDA
O sofrimento com a doença da filha fez Karen rever conceitos básicos de existência e passar a valorizar cada momento. “Hoje não faço mais planos e nem projetos futuros. Vivemos o presente, gastamos em tudo o que queremos. Passamos a valorizar a vida, as amizades, a solidariedade. Damos muito risadas sempre, juntas”, diz.

A fé foi o instrumento que moveu a família desde o início da doença. “Aprendi que existem três coisas básicas e de muita importância: alimentação saudável, fé e cabeça. Sempre disse pra ela (Maria Julia) que seria difícil, mas que grande parte dependeria da cabeça dela”.
Foi essa convicção que levou Karen a lutar. “Passei momentos difíceis. Perdi a minha mãe, um irmão com 27 anos e meu pai, há quatro meses. Na madrugada em que meu pai estava sendo velado a Maria Julia teve febre. Saí de Guarapuava às 3 horas da madrugada, fui a Curitiba e às 6 horas voltei para o sepultamento do meu pai”, faz questão de contar. Ela também reconhece o apoio recebido do pai de Maria Julia, seu ex-esposo. “Ele assumiu sozinho, sem o apoio da sua família, mas deu uma demonstração do amor que sente pela filha”, afirmou.

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