domingo, 5 de fevereiro de 2012

Oftalmologista alerta: pais devem avaliar excesso dos filhos no computador

O hábito das férias modernas em que as crianças trocaram dias de brincadeiras de rua e atividades físicas por horas e horas em frente ao computador pode deixar um saldo nada positivo para esta volta às aulas. “Esse comportamento desencadeia dores de cabeça, ardência e vermelhidão nos olhos, sintomas que denunciam fadiga ocular, um transtorno causado pelo esforço repetitivo do cristalino”, alerta o oftalmologista Victor Saques Neto, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).

Os efeitos da fadiga ocular são temporários e não cumulativos. No entanto, diz o médico, seus reflexos para uma criança, que está em pleno processo de desenvolvimento da visão, facilita o aparecimento de problemas refrativos como a hipermetropia, a miopia e o astigmatismo. Há crianças que, durante as férias escolares, ficaram de oito a 12 horas diárias em frente ao computador. Essa disposição infantil incentivou até lan houses a oferecer pacotes especiais para a garotada.

Aviso

A fadiga ocular não é uma doença, mas impõe riscos sérios a quem não toma os devidos cuidados. Esse cansaço é sentido quando uma pessoa faz um esforço prolongado da visão de perto e funciona como “um alerta de que os olhos precisam de descanso”. Apesar de temporário, o desconforto causado pela fadiga ocular tende a diminuir o rendimento dos estudos na volta às aulas.

Independente da idade, quando os olhos focam um objeto próximo a eles insistentemente, a fadiga ocular manifesta-se. Os olhos não são feitos para fixar, durante horas, algo que está muito perto, como um computador, exemplifica Saques, ao explicar que o cristalino, lente natural do olho, cuja função é focar objetos e dar nitidez às imagens que chegam ao cérebro, está todo o tempo em movimento e "só repousa quando olhamos para longe".

Sintomas

São vários os sintomas que anunciam a presença de fadiga ocular. Entre os principais estão dor de cabeça, dificuldade para manter o foco em algo próximo ou focar um ponto distante, vermelhidão, sensação de calor e peso na região dos olhos. Ainda podem ocorrer lacrimejamento ou secura.

O médico do HOB ressalta que os sintomas variam de acordo com os indivíduos e “por esta razão é importante investigar com o oftalmologista se os sinais estão escondendo algum problema de visão”. Pais - Para evitar a fadiga ocular, pais e responsáveis por cuidar de crianças devem estar atentos e limitar o tempo de exposição aos monitores dos computadores. É importante desenvolver atividades que exijam movimentação alternadamente, frisa o oftalmologista.

Segundo Saques, o ideal é fazer pequenas pausas durante o tempo dedicado diariamente ao computador, evitando ambientes com fumaça ou ar condicionado e escolher locais com boa iluminação, com mais de uma fonte de luz.

Dica

“A cada hora em frente ao computador, é importante dedicar dez minutos para olhar para o horizonte, permitindo que os músculos oculares descansem”, reforça. Outro fator importante é a distância entre o usuário e o computador. “O monitor do computador deve estar a 30 centímetros de distância dos olhos. Mais perto do que isso, a visão entra na zona de maior esforço”, observa.

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