Paulo Bernardo é o novo alvo do fogo amigo
Do site Brasil -247
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, é o novo alvo da central de boatos em Brasília. A origem é uma suposta crise familiar, entre ele e a também ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil. A dupla, que já foi chamada de “casal 20” da Esplanada dos Ministérios, não estaria vivendo seus melhores dias. E isso já começa a circular, aos poucos, no noticiário. Além disso, Bernardo estaria correndo o risco de se tornar réu, no Supremo Tribunal Federal, num processo judicial que envolve a gestão de Zeca do PT, no Mato Grosso do Sul – governo ao qual Bernardo serviu como secretário da Fazenda.
Somados, os dois fatos contribuem para alimentar a tese de que Bernardo será brevemente substituído por Franklin Martins, nas Comunicações. Além disso, meses atrás, cogitava-se que ele poderia também assumir o comando de Itaipu, uma vez o atual presidente, Jorge Samek, deve deixar o cargo para concorrer à prefeitura de Foz do Iguaçu, no Paraná.
Caso Franklin Martins se torne ministro, uma de suas prioridades será implantar uma nova lei dos meios de comunicação, que blogueiros intitulados progressistas, como Paulo Henrique Amorim, chamam de “Ley de Medios” – a exemplo do que se fez na Argentina. Ela visa impedir a propriedade cruzada, que hoje, no Brasil, concentra em poucas mãos o poder da informação. Foi esta lei, na Argentina, que fez com que o grupo Clarín, dono do maior jornal do país, tivesse de reduzir suas atividades na área de televisão por assinatura.
Nuvens negras
Nesta terça-feira, o jornalista Giba Um, que distribui sua coluna a vários jornais publicou uma coluna sobre o caso. Leia:
Nuvens negras
Em meio a rumores sobre supostos problemas familiares, o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, tem novos motivos para preocupações. Sua passagem pelo governo de Mato Grosso do Sul volta a ser questionada na esfera judicial. Ele foi secretário da Fazenda de Zeca do PT (já condenado em várias ações por improbidade administrativa) e aparece em três inquéritos da Procuradoria-Geral da República envolvendo irregularidades do governo petista na condição de testemunha. Contudo, depoimentos do advogado Renato Pimenta Junior, dono da agência de publicidade Nova Fronteira, podem converter Bernardo á condição de investigado. Quem viver, verá.
Além disso, jornais do Mato Grosso do Sul têm dado espaço para as denúncias contra Paulo Bernardo. Leia, abaixo, reportagem, do Agora MS:
Em inquérito no Supremo Tribunal Federal, o advogado Renato Pimenta Júnior, 62, narrou que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT), teve conhecimento de irregularidades na área de comunicação quando foi secretário de Fazenda de Mato Grosso do Sul, de 1999 a 2000.
O ministro, que não é investigado, disse que não conhece Pimenta Júnior e que não foi avisado dos fatos.
A Folha divulga hoje três inquéritos em que o ministro foi incluído pela Procuradoria-Geral da República como testemunha de investigação sobre irregularidades no governo de Zeca do PT em Mato Grosso do Sul (1999-2006).
Os documentos estão no site do “Folha Transparência” a partir desta segunda-feira (19), conjunto de iniciativas do jornal nas esferas administrativa e judicial para tornar públicos documentos que estão sob controle do Estado.
Entre 1999 e 2000, Paulo Bernardo ocupou o cargo de secretário de Fazenda do MS. Segundo depoimentos, a secretaria fazia os pagamentos dos contratos do Estado, incluindo os da comunicação.
A partir de 2002, a Promotoria passou a investigar supostas irregularidades na comunicação, que envolviam o deputado federal Vander Loubet (PT-MS), sobrinho do ex-governador Zeca do PT e ex-secretário de governo.
Entre 1999 e 2000 ele assinou contratos com agências de publicidade e os prorrogou dezenas de vezes. Em 2007, a parte dos inquéritos sobre Loubet foi remetida ao STF. Um dos inquéritos inclui dois depoimentos de Pimenta Júnior, que foi dono da agência Nova Fronteira. Ele disse que o governo aditava contratos anteriores “dentro da ilegalidade” e que sua empresa foi excluída de licitações porque se negou a dar cobertura às irregularidades.
Pimenta Júnior disse ter alertado Paulo Bernardo dos problemas. No fim de 2011, o ministro Marco Aurélio determinou a tomada de depoimento de Paulo Bernardo, 11 anos após o primeiro depoimento de Pimenta Júnior. A PF demorou mais de um ano para dizer ao STF que o “Paulo Bernardo” citado era o ministro. Ele foi ouvido em 10 de fevereiro.
Outro lado
O ministro Paulo Bernardo diz que não conhece Renato Pimenta Júnior e negou ter sido avisado de irregularidades na área de comunicação. “Não conheço o sr. Pimenta. E nos anos 1999 e 2000 o governo do Estado executou muito pouco em publicidade. A licitação para contratação de empresas foi realizada no governo anterior”, disse.
“O governo passava por forte ajuste na área fiscal e liberamos poucos recursos para essa atividade. Não tomei conhecimento de irregularidades na execução.” Bernardo disse que prestou depoimento ao STF “na condição de testemunha” e que recebeu “apenas um extrato do depoimento, que corre em segredo de Justiça”. O deputado Vander Loubet (PT-MS), então secretário de Governo, diz que os aditivos eram legais: “Não havia um número previsto de campanhas em contrato”, disse. “Por isso a cada campanha era feito um aditivo. As empresas recebiam por trabalho e não por valor global, daí a razão de muitos aditivos”, afirmou Loubet.
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