quinta-feira, 21 de julho de 2011
Caso do morador de rua:REDE SUL DE NOTÍCIAS localiza família de morador de rua, mas ele ignorou esposa e filhas.
A esposa e as três filhas do morador de rua Adir de Souza Santos chegaram em Guarapuava nesta quinta-feira (21). Localizada pela RSN, a família reside em Curitiba há 20 anos e desde que foi abandonada nunca mais teve notícias do homem que mora debaixo da marquise de uma loja de materiais de construção, no centro de Guarapuava.
“Pensamos que o nosso pai tinha morrido, porque desde que ele nos abandonou nunca nos procurou e não nos deu notícias”, afirma a filha mais velha.
“Vocês não sabem como é ter um pai com curso superior e que hoje mora na rua. Quando ficamos sabendo foi um choque”, diz.
A partir da matéria postada pela RSN em 7 de julho de 2011 vários e-mails forma encaminhados à redação dando pistas do endereço da família. A matéria teve grande repercussão, principalmente, por ser ele graduado em Ciências Contábeis pela Unicentro.
A versão das filhas e da esposa mostra o outro lado dessa história. “Sempre tive uma vida difícil com o Adir, que sempre teve os melhores empregos, mas nunca cumpriu a sua obrigação como profissional. Faltava muito e quando eu chegava em casa estava sempre dormindo”, conta a esposa.
Cansada de sofrer, inclusive lesões corporais, dona Vera disse que um dia resolveu pegar as três filhas ainda muito pequenas e cuidar da vida. “Durante um ano paguei o aluguel da casa onde ele morava. Trabalhava em dois empregos para poder pagar essa despesa e ainda criar as minhas filhas”, relata. A mulher que já morou em albergue hoje tem uma condição de vida digna e conta com orgulho que as três filhas cursam a faculdade.
“Meu pai que é formado em Contábeis vive na rua, minha mãe que não tem o primeiro grau completo nos criou, nos deu estudo e hoje é uma vencedora”, diz uma das filhas.
A notícia de que Adir estava vivo e é um morador de rua foi dada à dona Vera pelo jornalista da RSN Dalner Palomo. “Quando ele me ligou e me falou do que se tratava fiquei muito chocada. O Adir tem uma família que vive em Guarapuava e que tem condição financeira muito boa”, diz dona Vera.
A primeira a saber da história do pai foi a filha mais velha. “Chorei a tarde toda, não consegui trabalhar a e noite quando voltei para casa minha mãe mostrou as matérias na Internet. A primeira reação foi de revolta”, afirma. “Sempre cuidamos de uma moradora de rua que vivia perto de casa e agora meu pai está nessa situação”, afirma.
“ELE NÃO QUIS SABER”
A decisão de vir a Guarapuava e tentar ajudar o pai foi tomada pelas filhas com a aprovação da mãe. “Elas são as filhas e eu quis que elas viessem e ajudassem de alguma forma. A decisão é delas que tem o mesmo sangue dele”, disse.
Mãe e filhas deixaram a rodoviária em Guarapuava e foram direto onde Adir mora. “Falei que as filhas dele estavam ali, mas ele não quis nem saber. Disse que tinha abandonado a família há mais de 20 anos e que agora queria o irmão dele. Ele sabe quem somos. Eu vi isso no olhar dele, mas ele recusou qualquer ajuda”.
“A nossa intenção era levá-lo a um hotel para que ele tomasse banho, compraríamos roupa, almoçaríamos juntos, alugaríamos um quarto, levaríamos ao médico para ver a saúde mental dele, mas ele não aceitou nem conversar, nos ignorou. Queremos ajudá-lo a recomeçar, mas inicialmente, ele não quer saber de nada. Estaremos sempre prontas para isso quando ele assim desejar”, diz a filha mais velha.
“Nós fizemos a nossa parte. Viemos aqui e antes de ir embora vamos voltar a falar com ele”, afirma.
http://www.redesuldenoticias.com.br/noticia.aspx?id=36563
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