UTI ainda não saiu da caixa.

Há mais de um ano, Instituto São José aguarda lista de equipamentos prometidos pelo Estado para completar os leitos

R$ 400 mil. Este é o valor que falta ao Hospital São José para adquirir o restante dos equipamentos que colocariam em funcionamento os 10 leitos de UTI. Há mais de um ano os leitos estão sem utilização em Laranjeiras do Sul. Enquanto isso, a cada mês, em média 12 pessoas precisam ser encaminhadas às pressas à Guarapuava, Cascavel ou qualquer outra cidade que ofereça um leito. Desde que foi anunciada, a instalação das Unidades de Tratamento Intensivo geraram um alarde positivo em Laranjeiras do Sul e região. A esperança era que deficiência de décadas fosse sanada. No entanto, o problema que já custou inúmeras vidas parece estar longe do fim. Além de enfrentar o problema de saúde, familiares dos enfermos tem que contar com a sorte e correr contra o tempo, para conseguir uma vaga em cidades maiores. Nesta terça-feira (13), uma jovem grávida aos sete meses sofreu complicações durante a noite e teve que esperar quase 12 horas para conseguir um leito no Hospital Santa Tereza, em Guarapuava. Caso o quadro clínico fosse mais delicado, certamente o tempo de espera seria definitivo entre a vida e a morte. Angustiados, os familiares recorreram à secretaria de Saúde de Cantagalo. Por fim, perto das 13h30 a paciente conseguiu a vaga. “Não tem como definir a angústia de ter que esperar algo que não temos certeza de conseguir. Ninguém deveria passar por isso”, lamentou o sogro da jovem. “Mãos atadas” De acordo com o diretor do Instituto São José, Dr. Paulo Bianchini Perez, sem os equipamentos prometidos pelo Estado, o hospital fica de mãos atadas para resolver a situação, já que o valor necessário é alto. Dos 10 leitos, apenas um está completo. O credenciamento via SUS só poderá ser feito quando todos estiverem aptos ao funcionamento e as equipes médicas montadas. “Para um leito ou para 10 o gasto é o mesmo”, explicou. Segundo o secretário de Saúde de Laranjeiras do Sul, Valdemir Scarpari, cabe ao município a atenção básica à saúde. Procedimentos de média e alta complexidade são atribuições do Estado. Mesmo assim, ele lembrou que diversas tratativas estão sendo feitas junto à secretaria estadual para que o problema seja resolvido de uma vez por todas. Conforme ele, na última oportunidade, o secretário de Estado, Michele Caputo Neto garantiu que os equipamentos que ainda faltam serão repassados. “Ele assumiu o compromisso. Viabilizar a UTI é nossa principal meta”, prometeu. Equipamentos que faltam Em forma de apelo, o Jornal Correio divulga com exclusividade a lista de equipamentos necessários na tentativa de sensibilizar as autoridades competentes para que tomem uma atitude que coloque em funcionamento os 10 leitos de UTI no Instituto São José. * 08 monitores de beira de leito com visoscópio; * 02 carros ressuscitador, com monitor, desfibrilador, cardioversor e material para intubação endotraqueal; * 03 ventiladores pulmonar, com misturador tipo blender, devendo ser 1/3 destes do tipo microprocessado; * 20 bombas de infusão; * 10 conjuntos de nebulização, em máscara; * 10 bandejas para procedimento de: diálise peritoneal, drenagem torácica, toracotomia, punção pericárdica, curativos, flebotomia, acesso venoso profundo, punção lombar, sondagem vesical e traqueostomia; * 01 monitor de pressão invasiva; * 02 marcapassos cardíacos externos, eletrodos e gerador na unidade; * 02 eletrocardiógrafos portáteis; * 01 maca para transporte com cilindro de oxigênio, régua tripla com saída para ventilador pulmonar e ventilador pulmonar para transporte; * 10 máscaras de venturi que permitam diferentes concentrações de gases; * 03 aspiradores portáteis. http://www.jcorreiodopovo.com.br/exibenoticia.php?id=uti-ainda-nao--saiu-da-caixa