domingo, 19 de junho de 2011

Unicentro faz álcool com bebidas apreendidas pela Receita.


Bebidas apreendidas pela Receita Federal em postos de fiscalização do Paraná estão sendo transformadas em álcool em gel, álcool para limpeza geral e álcool combustível (etanol) no laboratório de produção de biocombustíveis do Campus Cedetec da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuavao. O projeto foi criado para dar um destino ecológico e socialmente correto às bebidas. A produção é de 200 litros de álcool por dia.

O Projeto Físico-químico para Recuperação de Álcool Presente em Bebidas começou em 2009. No ano passado foram embalados 5 mil frascos tipo bisnaga de álcool em gel, o que representa 2 mil quilos.

Parte do álcool em gel e para limpeza é utilizado nos departamentos administrativos das unidades da Unicentro em Guarapuava (Santa Cruz e Cedetec), Irati, Chopinzinho, Laranjeiras do Sul, Pitanga e Prudentópolis. O restante é destinado para os postos da Receita Federal no Estado. Já o álcool combustível abastece cinco veículos da universidade.

O coordenador do projeto, o professor de química da Unicentro Maico Cunha, contou que a iniciativa surgiu de um projeto-piloto que avaliou a viabilidade técnica de produção de álcool a partir das bebidas. “O álcool é separado da bebida por um processo físico-químico de destilação contínua, com o auxílio de um sistema de colunas. Os outros componentes da mistura – água e açúcares – são utilizados pelo Setor de Agronomia do campus, e as embalagens são destinadas para cooperativas de reciclagem do município”, explica.

Segundo ele, o álcool é extraído dos mais variados tipos de bebidas, como cerveja, licores, wisky, vodka, vinho. A quantidade retirada varia conforme o teor alcoólico da matéria prima, que vai de 4% a 70%, conforme a composição da bebida.

“A iniciativa é importante porque reaproveita produtos apreendidos pela Receita Federal que ficariam nos depósitos, ocupando espaço e sem uma destinação correta. A universidade cumpre o seu papel de estar a serviço da criação de novas práticas que atendam aos interesses dos organismos de governo e da sociedade civil organizada”, diz o vice-reitor da Unicentro, Aldo Nelson Bona.

“A destruição deste produto era feita em aterros e o líquido acabava contaminado o lençol freático. A partir da doação para iniciativas ambientalmente corretas como esta, minimizamos este tipo de dano e temos menos material se deteriorando nos depósitos”, disse Wilson de Souza, presidente da comissão de destruição da inspetoria da Superintendência da Receita Federal - 9º Região.

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